Confira!
F.G – Natural de Cubatão, você teve seus aprendizados e vivências esportivas iniciadas no futsal da baixada santista, em clubes como Santos FC, Portuguesa Santista e Gremetal. Quais são as principais lembranças que tem desse tempo?
X: - As lembranças que eu tenho são das amizades que foram construídas nesse tempo , muitos jogadores pararam , outros continuaram...fico triste ao ver um amigo desistindo ou parando por algum motivo como falta de sorte, problemas particulares, contusão, problemas financeiros...perdi contato com muitos. Mas vou levar pro resto da vida cada jogador, técnicos e etc.
F.G – Conte sobre a sua transição para a Malwee/SC. Houve rápida adaptação ela foi gradativa? E como foi seu processo de transferência para Santa Catarina? Conte sobre a equipe principal da época.
X: Foi uma história meio louca , eu jogava na Portuguesa Santista (Campo) , então meu parceiro Luquinhas me chamou pra viajar para Santa Catarina onde haveria uma avaliação na Malwee. Na época eu perguntei: Malwee? O que é isso (risos) , então ele me falou que o técnico era o Fernando Ferreti que na época era o treinador da Seleção Brasileira, e que também jogava o Falcão, impossível não conhece-lo da seleção também. Naquele momento viajou eu, Luquinhas (também ala, hoje parou de jogar) e o Bruno (atual goleiro da Aosta/ITA) fazer esse teste. Chegando lá eram 3 sessões divididas em 3 grupos, as etapas foram passando e o Ferretti me chamou para comunicar que eu havia passado, fiquei muito feliz! Então ele fez um treino para quem foi aprovado com o time da Malwee sub20, aí o bicho pegou (risos) com o pessoal chegando junto, mas tudo deu certo.Fiquei muito feliz pela nova oportunidade de vida, e de poder conviver diariamente com os melhores da modalidade no país, entretanto, triste pelo meus amigos, não aprovados naquele momento. A adaptação ao jogo foi um pouco difícil, eu nunca tinha jogado em um time de Liga futsal , movimentações diferentes do que estava acostumado, maior intensidade física e psicológica também.
F.G - Imagino que tenha tido um salto positivo enorme na sua carreira no que diz respeito ao conhecimento tático e técnico obtido depois que se transferiu. Quais foram as principais mudanças e as melhores evoluções com as comissões que trabalhou? Fale também sobre a mudança na parte física.
X: Aprendi muitas coisas nesse rumo , tanto no lado pessoal como profissionalmente. Cada técnico tem um jeito diferente, por exemplo: aprendi a marcar muito com o Jô (treinador da Wimpro) ele foi um grande jogador no tempos que jogava e seu forte era a defesa. Na preparação fisica tive bons profissionais como o Juninho e o Mauro (sub20 e principal do Corinthians respectivamente). Enquanto um dava ênfase na potência, o outro visava elocidade e eu tive o prazer de trabalhar com os dois, me ajudou muito. Algumas equipes que trabalhei faziam trabalhos muito técnicos e isso também ajuda muito na preparação do atleta.
F.G – Como foi sua volta para o estado de São Paulo? O que houve para isso acontecer? Como foi a chegada na Wimpro? Conte sobre sua temporada na equipe de Guarulhos.
X: Sinceramente não sei como fui parar na Wimpro, porque supervisor da Malwee (Fio) me ligou e falou que eu iria voltar e no final das contas me ligou o Sr. Amauri, diretor da Wimpro, interessado em contar comigo e eu concordei em ir, não me arrependi de nada. Aprendi muito nessa equipe, construi grandes amizade. Nessa temporada muitas coisas aconteceram: fraturei a perna direita duas vezes, sempre bem tratado pelos fisioterapeutas Tadeu e Flavio, sou muito grato a eles, tratava 3 vezes por dia, 7:30 da manha Tadeu me buscava (risos). Fiquei 2 meses e meio parado e quando voltei a jogar quebrei em outro lugar. Mais 2 meses de molho e mesmo assim, graças ao bom Deus, fui convocado pela Seleção Brasileira sub-20.
F.G – Corinthians. Um marco enorme na sua carreira? Liga Nacional, uma equipe imbatível no sub20. Como foi essa ascensão? Como foi trabalhar com PC de Oliveira, e o que pode absorver de conhecimento tático desse período?
X: Marcou muito na minha vida, conquistei muitos títulos, convocação, um ano muito positivo em 2010. Em 2011 tive o prazer de trabalhar com o PC de Oliveira, aprendi muitas coisas e boas e ruins, padrões, movimentações...é um excelente técnico. Uma coisa que aprendi muito nesse tempo é a jogar por mim, trabalhar por mim sem pensar se ele estava vendo ou não, me elogiando ou não, .. se está reconhecendo meu trabalho, meu esforço. .. Muitos viam e, graças a Deus, no final deu tudo certo . Estou muito feliz!
F.G – Sabemos que o Corinthians é um clube que trabalha muito sua base sub20, mas poucos tem oportunidades reais no principal. Como sentiu sua dispensa do clube? Ficou alguma mágoa ou foi algo bem tranquilo?
X: Pra falar a verdade eu não esperava essa dispensa porque eu vinha jogando. Fiquei muito chateado com algumas coisas, acho que faltou caráter e respeito comigo e com os que foram dispensados juntos. Tem gente que pensa que só porque conquistou muitas coisas tem o direito de pisar no outros . A vida é toda louca: um dia você pisa,no outro você é pisado.
F.G - Como recebeu as propostas do Triman Navarra? Como está a vida no país e a temporada na Espanha? Quais as mudanças técnicas, físicas, e táticas na escola espanhola de futsal, em relação à escola brasileira.
X: Logo que fui dispensado do Corinthians, o Laércio (Supervisor do Corinthians) me ligou, e falou que ligaram da Espanha com interesse em mim. No começo senti uma diferença que é normal pra todos que saem do Brasil e vem pra Europa. Aqui na Espanha valorizam muito a posse de bola, estudam mais o jogo e tambem é melhor taticamente. Não existem muitos jogadores habilidosos e o que conta mais é o coletivo. Agora estou fazendo uma função que eu não fazia antes que é ficar de pivô fixo, e estou gostando dessa experiência porque no futuro vai facilitar o meu trabalho por poder ser um pivô de retenção ou de movimentação . A língua espanhola é parecida com o português do Brasil , estou aprendendo dia-a-dia um pouco e assim vou levando rs. A cultura é diferente do Brasil, o clima principalmente, nunca passei de -0, agora é -4, -6 (risos), é muito tranquilo pra viver , a qualidade de vida é bem melhor em relação ao Brasil.
Queria mandar um forte abraço para os meus amigos Waguininho e Luan Joga 10(risos), foram meus companheiros de Portuguesa. Também ao Gava, Canoinhas, Franklin, Guilhermão, Bid , Douglinhas, Vitinho, Arthur Fon, Neguinho, Bocão, Tatá, Deivão, Erick Tanque, Thiago Bissoni...vishhh, são muitos, ficaria até amanhã agradecendo. Quero agradecer por terem sido verdadeiros e estarem sempre comigo, jamais vou esquecer de cada um de vocês, e jamais desistam do seus sonho, lutem, porque Deus não dorme, ele pode demorar mas, quando a vitória aparecer vai ser caprichada!!
Fica aqui ao meu amigo Gé (ou Ximbinha rs), meu agradecimento pela entrevista concedida, e meus desejos de seguimento de uma carreira concreta e próspera, muita força para vencer no futsal!!
Segue o link do seu dvd e gols na espanha para os que se interessarem nos lances do pivô:
Um abraço, e até a próxima!
Futsal Global.