segunda-feira, 20 de junho de 2011

E a tal da agressividade?

Primeiramente gostaria de agradecer antecipadamente à todos os amantes de futsal, atletas, amigos e familiares que me apoiam nessa dura jornada diária na busca pelo crescimento profissional em seus mais variados contextos, dentro e fora da quadra. Espero que com essa ferramenta eu consiga divulgar um pouco do que penso e faço.
Vamos ao que interessa...nessa primeira postagem, gostaria de fazer algumas abordagens referentes à palavra ´´agressividade´´ no treinamento desportivo de base. Por vezes bem ou mal interpretada, no Futsal de alto rendimento, e principalmente nas categorias de base mais próximas da maioridade, entendo que a agressividade deve ser aplicada nos trabalhos diários em seus trabalhos mais breves, ou mais dinâmicos. Entretanto, encontro diversas dificuldades em meu trabalho (sub17 e sub20) para o encaixe dessa valência que considero básica para um jogador profissional de futsal. Nessa semana estou podendo acompanhar um pouco do trabalho das seleções brasileira masculina e feminina de Handebol, que treinam no Ginásio Falcão, na Praia Grande, ginásio onde aplico meus treinamentos. E por residir em Santos, posso acompanhar brevemente um pouco do desenvolvimento do trabalho do Santos FC/Cortiana. Fazendo uma razoável associação entre essas equipes, é de ´´brilhar os olhos´´ de qualquer treinador, a diferenciação que os atletas fazem ao ´´tomar uma pancada´´ e ´´sofrer agressão´´.
Estamos no Brasil, país da Pseudo-Boleiragem, país do ´´dribla todo mundo e faz o gol´´, país onde o torcedor, o atleta, a comissão técnica (passando por cozinheiro, roupeiro, até chegar no treinador) e qualquer indivíduo diz ter uma passagem no mundo da bola. Tal ignorância nos remete ao levantamento de diversas questões abordadas em cursos, palestras, estudos teóricos e práticos de não só o Futsal, mas também todos os outros os esportes considerados ´´derivados´´ do Futebol (Futebol Society ou de 7, Beach Soccer, Futevôlei e por aí vai). Questões como o improviso, a imprevisibilidade, serão inevitavelmente sempre levantadas. Cito a agressividade pois vivo no meio desse contraste entre categoria de base e categoria maior, e entendo que esse fundamento deve ser aplicado em 90% dos tipos de treinamentos. Como pode o treino de Handebol ser tão agressivo, o atleta tomar socos, chutes, ponta-pés, e render tão bem, enquanto em seu treinamento, determinado jogador reclama no primeiro ´´encontrão´´, as vezes chegando as vias de fato. Acho que não somente isso, mas percebo que nossa cultura interfere muito no discernimento entre o ser agressivo e o ser maldoso. Tive muita evolução nesse processo, meus atletas num geral entendem expressões e abordagens gerais da quadra, e já mantém padronizado que atividades mais intensas e que otimizam ocupação e briga por um espaço da quadra, exigem o máximo de agressividade possível, chegando quase sempre e sem exagero ao limite entre agredir e ser maldoso. É correto incentivar a intensidade desse fundamento? Qual o limite certo? O que mais pode atrapalhar no desenvolvimento dessa valência? O quanto nosso cultura interfere no desenvolvimento dos nossos atletas? O que você pensa?

Um grande abraço, e até mais!!

5 comentários:

  1. Muito bom esse tema pra começar. É só lembrar do Kleber Gladiador de meses atrás e ver como ele joga atualmente. Ele está mais bonzinho? Não. Está menos agressivo? Não. Talvez tenha encontrado o próprio limite e se tornado um dos melhores e mais competitivos atacantes do Brasil. Agora como ensinar isso pra molecadinha é com você, fessor!
    Tamo junto ahuhua =)

    Dérik

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  2. Vai por aí mesmo, traga a agressividade do Kléber à intensidade do jogo na quadra e entenderá meu dilema, parceiro.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. vai por ai as famosas frases "vamo jantar os cara" , e " joga ele no alambrado" e as incabaveis duras no sub-15 cobrando agressividade, era isso que vc queria agressividade e não violencia, excelente post sorte nessa nova jornada hahahahaha tamo junto professor! gabriel aragão, vulgo negrão

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  5. Ops! Como certa vez disse Zidane; O Brasil produz tantos jogadores bons porque, para grande parcela da sua população, a única soluçao que lhes resta seria o futebol (ou algo que o valha). Preconceitos à parte, em boa parcela de seus pensamentos esse senhor está com razões. E tudo isso acabou por configurar parte de nossa cultura, basicamente a masculina, colocando o futebol em um patamar elevado de qualidade de emprego (ainda que de poucas possibilidades de alcance), elevada inserção social (mesmo que sem possibilidades de sobrevivência o bom praticante se destaca em meios sociais)e, acima de tudo, pois os números não mentem, colocou nosso país no mais alto degráu do mundo em termos qualitativos e quantitativos. E esse degráu foi alcançado com pouca, e em tempos passados, sem nenhuma condição de fundamentos teóricos de execução e conquistado tão somente pelo que se explica por "Condição Cultural de um Povo".

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